O Meu Verdadeiro Eu

“Pois, eu te digo: não há coisa melhor que a liberdade. Por muito tempo eu tive medo de ser a pessoal real que eu sou. Eu peço perdão para a Marceli do passado. No fim, eu fui a pessoa que a mais odiava e tentava destruir cada parte de sua essência.”

Perfeccionismo. Essa é a batalha diária que enfrento – a necessidade da perfeição. Ser perfeita na primeira tentativa, nas vezes em que fiz pouco e principalmente em coisas que já faço há muito tempo. Na minha família eu fui a pessoa mais jovem a aprender a ler e que gostava genuinamente de literatura. Eu era a criança que tirava notas exemplares e era o modelo de alguém perfeito.

Não causava problemas, respondia apenas sim ou não para as coisas, não questionava externamente as situações e era a melhor em tudo no que fazia. Essa autocobrança me destruiu completamente. As pessoas colocavam expectativas em mim e agiam como se eu tivesse obrigação em preenchê-las. Se eu fizesse algo genuíno e não o que era esperado, eu era julgada e tratada com inferioridade. A única pessoa que me conhecia era eu. Porquê se eu fosse a minha eu de verdade para outro alguém, todas aquelas coisas ruins aconteciam de novo.
Porém, chegou um momento em minha vida que eu descobri duas coisas que revolucionaram toda a minha perspectiva de vida e me mudaram para sempre: a arte e o M60.



O meu maior refúgio na infância era a arte. Foi nela que encontrei a minha felicidade e liberdade. Nela eu não precisava ser perfeita, eu apenas precisava ser eu mesma. O que era justamente um desafio. Era muito difícil não se cobrar e se sentir mal pelo perfeccionismo. Foi uma jornada imensa de insegurança e autoconhecimento que até hoje estou caminhando, mas hoje não há nada que me faça parar de andar. Eu amo a arte. Eu a respiro, eu a vejo, eu a sinto, e nela, eu vivo.
A mentoria mudou a minha vida. No M60, eu reencontrei um sonho distante, uma chama que se reacendeu: ir ao exterior. No meu caminho para este destino, eu moldei especificamente o meu objetivo de fazer o meu intercâmbio favorito – graduação. Não qualquer uma. Graduação com bolsas de estudos nos Estados Unidos em uma das melhores faculdades do mundo para quem quer seguir a carreira de animação. Nela eu aprendi sobre a educação elevada (tanto teórica, quanto prática) em países mais desenvolvidos, a diversidade cultural de pessoas nesses lugares e principalmente como o aluno é julgado pelo o que ele é, não por uma nota. Eu reconheço que mereço sempre o melhor, então é isso que irei conquistar. Com essa oportunidade, eu vou estar mais perto de realizar todos os meus grandes objetivos e onde quero chegar — eu quero criar arte e contar histórias para todo o mundo. Eu quero falar sobre a minha liberdade. Pois, eu te digo: não há coisa melhor que a liberdade. Por muito tempo eu tive medo de ser a pessoal real que eu sou. Eu peço perdão para a Marceli do passado. No fim, eu fui a pessoa que a mais odiava e tentava destruir cada parte de sua essência. Eu estava me escondendo do mundo, e agora, eu preciso reentrar nele. A arte me fez descobrir como pessoa. O M60 está me fazendo construir o meu sonho (ela é pra quem precisa de ajuda a realizar e descobrir mais sobre o extenso universo de intercâmbio).


Se você me perguntasse quem eu antes, eu não conseguiria responder. Agora, eu lhe digo: eu sou a Marceli. E eu vou ser a melhor diretora e animadora que esse mundo já viu.

1 Comentário

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s